sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Meu domingo no teu sexo

Domingo, o domingo!
Filho de um sábado esperado
Pai de uma segunda-feira indesejada
Domingo, sem escola, sem trabalho
E eu na lida do estudo do teu sexo
Domingo banal, acordar cedo, ir à missa
E eu herege, comungando e bebendo do vinho sagrado do teu sexo
Café na padaria, feira, caldo de cana e pastel
E eu fartando-me do jejum do teu sexo
Crianças coloridas, empinando pipas,
Andando de bicicletas, correndo e transpirando ao ar livre
E eu trancafiado num quarto paralisado no movimento do teu sexo
O sol do meio,
Consome-se num ato masoquistamente suicida
E eu congelado no calor do teu sexo
A tarde inicia-se trazendo a letargia
Na cama, no sofá, no tapete
E eu sambando no tango do teu sexo
O futebol, o tira gosto, a cerveja gelada e amarga antecipam a noite
E eu protelando o doce afã do teu sexo
A noite inevitavelmente chega
E o domingo morre no tédio televisivo
E na angústia da segunda-feira chegando
E eu... Ah, e eu!

Simplesmente nascendo feliz do prazer do teu sexo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário